Pentágono Prepara Defesa Inovadora com Drones para Proteger Taiwan de Invasão Chinesa

Publicado por: FeedNews
21/08/2024 14:03:17
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Cortesia Editorial Arquivo CG
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Pentágono Prepara Defesa com Drones para Proteger Taiwan de Potencial Invasão Chinesa

 

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos está desenvolvendo uma estratégia inovadora para proteger Taiwan contra uma possível ofensiva militar chinesa, utilizando uma vasta rede de drones em várias frentes. Essa estratégia, descrita como uma "cortina infernal" de drones, visa atrasar e desestabilizar qualquer tentativa de invasão da China, garantindo tempo para que os EUA e seus aliados mobilizem recursos militares adicionais para a região.

 

Nos círculos governamentais de Washington, há uma crescente crença de que a China, sob a liderança do presidente Xi Jinping, prepara uma invasão em grande escala de Taiwan nos próximos anos. A resposta das forças armadas americanas a esse possível cenário seria desencadear um caos controlado no Estreito de Taiwan, através da utilização maciça de drones autônomos em terra, mar e ar.

 

Em junho deste ano, o almirante Samuel Paparo, comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA, descreveu pela primeira vez o plano de contingência militar para uma invasão chinesa. Segundo ele, o objetivo é transformar o Estreito de Taiwan em uma "paisagem infernal não tripulada", onde enxames de drones atuariam como barreiras móveis, atacando forças invasoras e fornecendo informações cruciais de inteligência. O almirante afirmou que essa estratégia busca ganhar tempo suficiente para que as forças aliadas possam reagir de forma eficaz.

 

Os drones, que se tornaram indispensáveis nos conflitos modernos, desde o Oriente Médio até a guerra na Ucrânia, desempenharão um papel central nos futuros campos de batalha. A proposta do Pentágono é usar drones de forma distribuída, interrompendo as comunicações e as operações dos invasores, ao mesmo tempo em que orientam mísseis e coletam informações detalhadas sobre a movimentação inimiga.

 

A Expansão Militar Chinesa e os Desafios para os EUA
A China, que continua a expandir rapidamente suas forças militares, representa uma ameaça crescente para Taiwan. Atualmente, a Marinha do Exército de Libertação Popular (ELPC) já possui a maior frota naval do mundo, com 234 navios de guerra, e a expectativa é que esse número aumente para 475 até 2035. Além disso, a Força Aérea chinesa mantém a maior frota de aviões de combate da região.

 

Nos últimos anos, a China também se consolidou como o maior exportador mundial de drones armados, com a gigante DJI dominando o mercado de drones comerciais. Esse crescimento coloca Pequim em uma posição vantajosa na guerra de drones, reforçando a necessidade dos EUA de inovar suas próprias estratégias e armamentos.

 

A iniciativa do Pentágono, apelidada de "hellscape", inclui a criação de enxames de drones autônomos com inteligência artificial, projetados para confundir as forças chinesas, guiar mísseis e desestabilizar as operações militares de Pequim. Além de atacar alvos estratégicos, esses drones fornecerão informações vitais em tempo real, preenchendo lacunas de inteligência e monitoramento.

 

Um relatório da Rand Corporation, publicado em 2020, destacou que a utilização de drones de baixo custo em rede seria essencial para direcionar mísseis anti-navio dos EUA contra uma frota invasora chinesa, tornando-os fundamentais para a defesa de Taiwan.

 

Investimentos e Desafios Industriais
Para transformar essa visão em realidade, o Pentágono lançou recentemente a Iniciativa Replicator, liderada pela Secretária Adjunta da Defesa Kathleen Hicks. A iniciativa tem como objetivo construir e implementar, dentro de 18 a 24 meses, um enxame de drones autônomos descartáveis com inteligência artificial. A operação já conta com uma alocação de US$ 1 bilhão para os anos de 2024 e 2025, e é vista como um componente-chave da nova estratégia de defesa americana.

 

Além de expandir suas próprias capacidades de drones, os EUA também estão ajudando Taiwan a reforçar suas defesas. Em junho, o Departamento de Estado aprovou a venda de US$ 360 milhões em armas, incluindo centenas de drones kamikaze. Taiwan planeja adquirir cerca de 1.000 drones de ataque equipados com IA no próximo ano, como parte de seus preparativos para uma possível invasão.

 

No entanto, a capacidade dos EUA de atender à demanda crescente por drones em um conflito prolongado com a China levanta preocupações. Um estudo da Rand Corporation, publicado em 2023, alertou que o aumento da demanda por drones armados pode sobrecarregar a base industrial de defesa americana. Esse desafio é ainda mais complexo devido à capacidade da China de acelerar rapidamente sua produção e desenvolvimento tecnológico no setor de defesa.

 

Um Futuro Incerto no Indo-Pacífico
Com a crescente tensão no Indo-Pacífico e a aceleração das capacidades militares chinesas, os EUA enfrentam a tarefa monumental de reforçar suas defesas e garantir que Taiwan esteja preparada para resistir a uma possível invasão. Se bem-sucedido, o plano do Pentágono de inundar o campo de batalha com drones autônomos poderá dissuadir a China de agir, ou pelo menos atrasar significativamente suas operações.

 

Porém, o sucesso desse plano depende de um financiamento robusto, preparação oportuna e da capacidade da indústria de defesa americana de responder rapidamente às necessidades do conflito. À medida que o mundo observa, a próxima grande guerra tecnológica pode se desenrolar no Estreito de Taiwan, com drones desempenhando o papel central na defesa de uma nação sob ameaça.

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