A agressão russa à Ucrânia viola princípios fundamentais da ordem global.
Restaurar a soberania, punir o agressor e reafirmar as leis internacionais são passos essenciais para evitar um precedente perigoso.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 não é apenas mais um conflito geopolítico. É um ataque direto aos princípios fundamentais do Direito Internacional e à ordem global construída após a Segunda Guerra Mundial. Quando um país invade outro, violando sua soberania e integridade territorial, ele não está apenas agredindo um vizinho, mas também minando as bases que garantem a paz e a segurança internacionais.
Neste artigo, exploramos por que a invasão da Ucrânia é um precedente perigoso, por que a comunidade internacional deve agir de forma firme e por que "negociações de paz" não são suficientes quando as regras do jogo são violadas.
O Direito Internacional é baseado em princípios claros e universais, consagrados na Carta das Nações Unidas (1945). Entre eles, destacam-se:
A soberania dos Estados: Cada país tem o direito de existir e de governar seu território sem interferência externa.
A proibição do uso da força: Nenhum país pode usar a força contra outro, exceto em legítima defesa ou com autorização do Conselho de Segurança da ONU.
A integridade territorial: As fronteiras internacionais são invioláveis.
A invasão da Ucrânia pela Rússia viola todos esses princípios. A justificativa de "proteger minorias" ou "defender interesses nacionais" não pode ser usada para legitimar uma agressão, pois abre um precedente perigoso. Se um país pode invadir outro sob esses pretextos, o sistema internacional entra em colapso, e a lei do mais forte prevalece.
A invasão russa da Ucrânia não é um caso isolado. Ao longo da história, outros países também violaram a soberania alheia (como os EUA no Iraque em 2003 ou a Rússia na Crimeia em 2014). O problema é que cada violação dessas enfraquece o sistema internacional e incentiva outros países a agirem da mesma forma.
Se a comunidade internacional não reagir de forma firme e unida, o risco é que outros Estados passem a agir de maneira semelhante, criando um ciclo de violência e impunidade. Como bem disse um analista, "uma vez violada por um, será violada por todos".
Diante de uma invasão, falar em "negociações de paz" pode parecer uma solução diplomática, mas é insuficiente quando as regras fundamentais do Direito Internacional são violadas. A paz só será duradoura se houver:
Restauração das áreas invadidas: A Ucrânia deve recuperar o controle total de seu território, incluindo a Crimeia e as regiões ocupadas no leste.
Punição do agressor: A Rússia deve ser responsabilizada por suas ações, seja por meio de sanções internacionais, tribunais (como o Tribunal Penal Internacional) ou outras medidas.
Reafirmação das leis internacionais: A comunidade internacional deve reafirmar os princípios da Carta da ONU e garantir que violações futuras sejam tratadas com o mesmo rigor.
Negociar sem restaurar a integridade territorial e punir o agressor seria como permitir que um ladrão fique com o produto do roubo enquanto negocia uma trégua com a vítima.
Muitos se perguntam por que países vizinhos ou potências globais não agem de forma mais firme para defender a Ucrânia. A resposta envolve uma combinação de fatores:
Interesses geopolíticos: Países como a China priorizam suas parcerias estratégicas (no caso, com a Rússia) em detrimento dos princípios internacionais.
Medo de represálias: Países menores podem temer represálias econômicas ou militares se se posicionarem contra potências como a Rússia.
Dependência econômica: Muitos países dependem da Rússia em setores como energia, comércio e investimentos, o que os leva a evitar medidas mais duras.
Falta de unidade internacional: A divisão entre potências globais (EUA, China, Rússia, UE) dificulta uma resposta coordenada e eficaz.
A comunidade internacional tem a responsabilidade de agir de forma firme e unida para:
Isolar o agressor: Por meio de sanções econômicas, diplomáticas e militares.
Apoiar a vítima: Fornecendo assistência militar, humanitária e financeira à Ucrânia.
Reforçar o sistema internacional: Reafirmando os princípios da Carta da ONU e criando mecanismos para prevenir futuras violações.
A invasão da Ucrânia pela Rússia é um teste crucial para o Direito Internacional e para a ordem global. Se a comunidade internacional não agir de forma decisiva, o precedente perigoso criado por essa agressão continuará a ameaçar a estabilidade mundial.
Regras são regras, e elas devem valer para todos, sem exceção. A paz só será possível quando a soberania da Ucrânia for restaurada, os responsáveis forem punidos e os princípios do Direito Internacional forem reafirmados. Enquanto isso, a luta da Ucrânia é também a luta de todos aqueles que acreditam em um mundo baseado no respeito, na justiça e na lei.