A amiloidose cardíaca ainda é pouco conhecida, mas pode ser fatal se não for diagnosticada precocemente.
A amiloidose cardíaca é uma doença rara e progressiva que afeta o coração devido ao acúmulo anormal de proteínas chamadas amiloides no músculo cardíaco. Essas proteínas se depositam nas paredes do coração, tornando-o rígido e menos eficiente na sua função de bombear sangue para o corpo. Por ser uma condição de difícil diagnóstico e com sintomas muitas vezes confundidos com outras doenças cardíacas, a amiloidose cardíaca é frequentemente subdiagnosticada.
Segundo o Dr. Fernando Coneglian, cardiologista de um Hospital Público do Interior de São Paulo e especialista no estudo da amiloidose cardíaca, a falta de conhecimento sobre essa condição pode levar ao diagnóstico tardio, reduzindo as chances de um tratamento eficaz.
A amiloidose cardíaca ocorre quando proteínas amiloides se acumulam no coração, alterando sua estrutura e comprometendo sua capacidade de contrair e relaxar. Isso pode levar a insuficiência cardíaca e arritmias graves. Existem dois principais tipos:
Amiloidose AL (primária): Acontece quando plasmócitos anormais produzem cadeias leves de imunoglobulinas que formam os depósitos de amiloide.
Amiloidose ATTR: Relacionada à transtirretina, uma proteína produzida no fígado. Pode ser hereditária ou relacionada à idade.
Os sintomas da amiloidose cardíaca variam conforme o grau de acometimento do coração. Alguns dos sinais mais comuns incluem:
Falta de ar (dispneia) mesmo em esforços leves;
Inchaço nas pernas e nos tornozelos;
Batimentos cardíacos irregulares;
Fadiga intensa;
Tontura e desmaios;
Pressão arterial baixa.
O diagnóstico da amiloidose cardíaca pode ser complexo, pois seus sintomas são semelhantes a outras doenças cardíacas. Entre os exames utilizados para identificá-la, destacam-se:
Ecocardiograma com speckle tracking;
Ressonância magnética cardíaca com realce tardio;
Cintilografia com radioisótopos (específica para a amiloidose ATTR);
Biópsia do tecido cardíaco ou de outros órgãos;
Testes genéticos para identificar mutações na transtirretina.
De acordo com o Dr. Fernando Coneglian, os avanços nas técnicas de imagem têm permitido um diagnóstico mais preciso da amiloidose cardíaca, evitando procedimentos invasivos como a biópsia cardíaca.
Embora a amiloidose cardíaca não tenha cura definitiva, existem tratamentos que ajudam a controlar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento varia conforme o tipo:
Amiloidose AL: Tratada com quimioterapia para reduzir a produção das proteínas anormais.
Amiloidose ATTR: Medicamentos como tafamidis ajudam a estabilizar a transtirretina, retardando o progresso da doença.
Em casos graves, pode ser necessário o transplante de fígado ou de coração.
A amiloidose cardíaca é uma doença silenciosa e perigosa que, sem o tratamento adequado, pode levar à insuficiência cardíaca e à morte. O aumento da conscientização sobre a doença é essencial para melhorar o reconhecimento precoce e garantir que os pacientes recebam os cuidados necessários.
A TV Saúde continuará acompanhando avanços no tratamento da amiloidose cardíaca, trazendo informações atualizadas sobre pesquisas e terapias.
Fique atento! No próximo artigo, abordaremos os avanços mais recentes no tratamento da amiloidose cardíaca.